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Sete Espadas, Sete Dores...

           A primeira espada representa a profecia de Simeão sobre Jesus. Reconhecendo Simeão como um bom homem o Espírito Santo prometeu-lhe que "não havia de morrer sem ver o Cristo do Senhor", assim sendo quando Maria e José foram ao Templo de Jerusalém cumprir a Lei judaica da consagração do filho primogénito, 40 dias depois do nascimento do menino, Simeão, presente no templo, tomou o Menino nos seus braços e recitou-lhe um cântico que profetizava a redenção do Mundo por Jesus:

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"Agora tu, Senhor, despedes em paz o teu servo Segundo a tua palavra; Porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste ante a face de todos os povos: Luz para revelação aos gentios, E glória do teu povo de Israel.» (Lucas 2:29-32)

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           A segunda espada simboliza a fuga da Sagrada Família para o Egito. Esta espada e consecutiva dor remete para o momento em que José e Maria têm fugir com o menino Jesus para o Egipto, após o Rei Herodes mandar matar, por ciúme e vaidade, todos os recém-nascidos, tentando eliminar aquele que os reis magos procuravam como sendo o “Rei dos Judeus”.

             A terceira espada evoca o desaparecimento de Jesus durante três dias.  Este celebre acontecimento da vida de Jesus remonta para momento em que Jesus, com os seus tenros doze anos de idade, se afasta dos seus pais em Jerusalém, por altura da comemoração da Páscoa Judaica.  Maria e José, ao reconhecerem a ausência de Jesus, retomaram ao templo, onde ao fim de 3 dias, o encontraram em agitado diálogo com os anciãos. Nesta passagem, assustada com o facto de durante 3 dias se ter mantido sem notícias do filho, Maria repreendeu o filho e sem entender a repreensão Jesus interrogou-a:

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«Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?» (Lucas 2:49).

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            A quarta espada, por sua vez, remete para o encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário descrito por Lucas. Nesta dor, a virgem encontra-se com o filho quando este percorre o caminho para sua crucificação, carregando a pesada cruz ao ombro.

            A quinta espada faz referência ao momento em que Maria assiste ao sofrimento e morte de Jesus na Cruz.

            A sexta espada articula-se com o conhecido momento da Lamentação. Neste momento, segundo Mateus, Maria recebe nos braços o corpo do filho tirado da Cruz.

           A sétima e última espada, representa a última dor de Maria, quando esta observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro. Este momento, normalmente conhecido na historiografia artística como o momento da deposição, marca a deposição de Jesus no túmulo.  Associado a este momento surgem dois nomes que se tornam relevantes para as dores da virgem e para o retábulo em questão, José de Arimateia e Nicodemos, dois fariseus ricos que ajudaram a colocar Jesus no túmulo.

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